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Arquitetos: Durbach Block Jaggers, Wardle
- Área: 1185 m²
- Ano: 2019
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Fotografias:Martin Mischkulnig, Trevor Mein, Tom Ferguson, Julia Charles, Gavin Green
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Fabricantes: Bronzeworks, GRP Ceilings, HESS TIMBER, Krause Bricks, Shade Factor
Descrição enviada pela equipe de projeto. Idealizado pela famosa filantropa das artes Judith Neilson, o projeto da Galeria Phoenix Central Park nasce da sintonia entre a arte e a arquitetura. A intenção era criar um espaço onde convergissem as duas disciplinas, criando uma galeria focada tanto nas artes visuais quanto performáticas. Para cumprir este desafio, o projeto foi lrealizado a quatro mãos, com os arquitetos da John Wardle projetando os espaços expositivos e a equipe do Durbach Block Jaggers responsável pelos espaços de atuação. Apresentando duas visões distintas e características diversas – como manda o programa — estas duas alas, ou objetos arquitetônicos culminam finalmente em um espaço central em forma de pátio.
Inerentemente, tanto a galeria de arte quanto o espaço cênico precisavam ser isolados como caixas pretas, edifícios onde fosse possível controlar a luz, a umidade, a temperatura e o seu desempenho acústico. Isso permitiu que cada equipe explorasse uma linguagem própria, selecionando distintos materiais e criando suas próprias formas. Como resultado de um trabalho coletivo — embora tenham sido concebidos para conservar a sua autonomia e identidade — ambos edifícios constroem uma narrativa conjunta, fortalecendo a sensação de unidade. Isso porque estas estruturas independentes estão envoltas por uma pele exterior contínua de alvenaria — uma envoltória desenhada conjuntamente pelos dois escritórios com o principal intuito de expressar a diversidade de programas e atores envolvidos no projeto.
Através desta superfície externa homogênea, as idiossincrasias de cada programa parece irromper através de suas janelas, portas e portais. Um elemento comum que abraça os distintos edifícios, dentro e fora — um edifício duplo, ambíguo e ao mesmo tempo, coeso e íntegro.
A Galeria Phoenix Central Park não é um museu, tampouco uma simples galeria de arte. Composto por uma série de espaços expositivos e performáticos, este edifício foge a qualquer definição. Apropriando-se da versatilidade do concreto moldado in-loco, os arquitetos criaram — de forma muito inteligente — diferentes volumes e espaços, os quais se conectam e interagem através de escadas e passarelas. Cada volume ou unidade espacial, se assim pudermos chamá-las, atua como um cenário único, um pano de fundo que tende a potencializar um determinado tipo de arte, sem no entanto, criar um descompasso com a estrutura da Galeria como um todo.
Nesta sobreposição e sucessão de espaços e programas, criam-se perspectivas e relações inesperadas entre as atividades que habitam o edifício, convidando os visitantes a imergirem neste novo universo. Uma série de aberturas zenitais criadas na cobertura proporcionam uma sensação espacial de uma amplitude dramática. Sob esta luz difusa, a estrutura metálica da cobertura se revela obtusa e angulada, criando um dinâmico jogo de luzes e sombras que se desdobra em todas as direções.
A fachada de tijolos de frente para a rua principal, parece ter sido empurrada para dentro na tentativa de encaixar a grande abertura em forma de óculo que domina a elevação frontal do edifício. Internamente, este movimento da fachada realça ainda mais a dramaticidade do espaço, atraindo nosso olhar para a grande abertura que emoldura a paisagem do centro de Chippendale.
O espaço performático é definido por uma abertura singular em forma de sino, como um topografia construída por uma sucessão infinita de curvas de nível recortadas no forro de madeira. Como um teatro elisabetano, onde o público se organiza em um semi-círculo e em diversos níveis, o teatro conta com pequenos balcões que se projetam para dentro do espaço cênico. Além disso, a circulação é mantida em linha direta, sendo atravessada por uma série de patamares escalonados, dimensionados para permitir outros pontos de vista e lugares para os espectadores.
Com arcos super-dimensionados e pintados de dourado, as aberturas superiores para o teatro permitem que os espectadores se sintam praticamente dentro do palco. O revestimento de madeira, fabricado a partir de modelos paramétricos, colabora com a acústica geral do espaço teatral.
O projeto da Galeria Phoenix Central Park, como um trabalho colaborativo desenvolvido entre dois escritórios de arquitetura e suas equipes de colaboradores, foi levado à cabo acompanhado de discussões e debates contínuos entre todos os envolvidos. Desta forma, esta iniciativa se apresenta como um projeto de referência para futuros trabalhos colaborativos entre distintos escritórios de arquitetura. Essa é a ideia por trás de todo o conceito da Phoenix Central Park: um centro onde as artes visuais e performáticas estão em constante diálogo e desenvolvimento.